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V for Vendetta (2005)

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Todos nós temos uma listinha de falhas cinematográficas graves, filmes que ficaram para trás. São perfeitamente normais, o tempo não é um recurso infinito de que possamos desfrutar. V for Vendetta é um filme que vejo com cinco anos de atraso por puro preconceito. Na altura em que estreou não estava ainda refeito do pastelão que foram as sequelas de Matrix e não conhecia ainda a Graphic Novel do adorável lunático Alan Moore. É sempre um prazer ver Natalie Portman toda rapadinha…

V for Vendetta fala-nos de uma Inglaterra distópica, ao estilo retro-futuro de 1984, depois de ter fechado as fronteiras ao mundo devido a uma guerra civil americana que afectou o mundo inteiro de modo menos positivo. O regime totalitarista ditatorial de forte influência nazi controla o povo oprimido que, cinzentão, vive um dia-a-dia de liberdade condicionada. Um homem, V, pretende acabar com tudo isto e substituir o regime pela liberdade do caos ou pela democracia, dependendo se falamos do filme ou da graphic novel.

Ver um filme fora da sua bolha de expectativa aquando da estreia é sempre uma mais valia para que se possa avaliar a sua verdadeira essência, mas apesar de ter sido um filme que se vê com prazer, sente-se durante o tempo todo que não tem a profundidade necessária para repassar o efeito pretendido. É revolucionário, no sentido universal e intemporal, tem o look cinzentão de uma vida sem prazer, tem o herói que é a personificação de uma ideia, de uma causa unificadora. Mas no final definha com demasiada previsibilidade e com um climax fraco em relação ao resto. A primeira parte é muito boa, mas quando começa a chegar às considerações finais, desfalece.

Não me vou meter outra vez na conversa mete-nojo dos comics serem melhores ou piores ou que a adaptação não é fiel, digamos apenas que é diferente. A graphic novel é para públicos mais maduros que não esperam happy endings, histórias de amor ou o esquema narrativo linear do template hollywoodiano. O filme tem que se fazer pagar pelo número de cabeças que pagam para o ver. Sejam maduros e exigentes ou barrascos do tunning com ambições fortes na área dos ailerons.

Ainda assim, é um bom filme. Há ali um potencial revolucionário que desperta paixões. Na altura em que estreou, com o mundo sob a liderança do Bush Junior, havia outro contexto mundial, havia a ameaça constante dos estados polícia e das liberdades finadas. O mundo não mudou, continua a dirigir-se a passos largos para a distopia Orwelliana, mas o porta-voz do planeta agora tem muito melhor aspecto e discursos mais refinados.


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